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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

DELORIZANO DE ARAÚJO MORAIS

 

Nasceu na cidade de São Miguel dos Campos, aos 13 de janeiro de 1895 e faleceu em Maceió, capital de Alagoas, Brasil, a 4 de abril de 1946, vitimado por mal cardíaco. Foi um membro da geração intelectual mais notável de Alagoas, de 1910 a 1914. Delorizano Morais era uma inteligência de múltiplas facetas: além de jornalista dos mais completos, era polemista seguro e vigoroso, contista, crítico e pensador e um dos mais puros e inspirados poetas alagoanos. 

 

 

AVELAR, Romeu de.  Coletânea de poetas alagoanos.  Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959.  286 p.  ilus.  15,5x23 cm.  Exemplar encadernado.  Bibl. Antonio Miranda

 

 

       RESIGNAÇÃO

Homem, sê calmo, e generoso, e forte
perante os dissabores da existência;
vê em todos os fatos a incoerência
dos dois polos do acaso: vida e morte.

A humanidade inteira, em sua essência,
não é boa ou má; vive, em transporte,
da bondade à maldade, sem um norte,
alheia às diretrizes da consciência.

Por entre suas milenárias ânsias
da justiça e do amor, rondam os fatos
elaborados pelas circunstâncias.

Se é vantajoso o Bem amplo e profundo,
houvesse liberdade em nossos atos,
quem deixaria de ser bom no mundo?

 

 

 

       SONETO

Não foi o amor perdido, a glória frusta,
o que me fez ultimamente assim:
um misto de demônio e Zaratustra
nesta comédia que não tem mais fim.

Não foi a ciência, que ao meu tedio ilustra
com sábias casquinadas de Arlequim:
nem a progênie, que me não deslustra
dos mais antigos ramos até mim.

Não foi o amor, a gloria, a ciência, o nome,
tão pouco o anseio de possuir milhões
em que a humana falange se consome.

Acautelai-vos, menestréis vindouros!   
—foi ter perdido cedo as ilusões,
o mais rico de todos os tesouros.

 

 

 

       TROVAS

      

       Por te ver o lindo seio,
oh! não me culpes, Eudócia:
—era a blusas, aberta ao meio,
de lindas rendas da Escócia.

Passarinho que me encantas,
ah! também eu, passarinho,
cantaria como cantas
se já tivesse o meu ninho.

Perdido por vosso encanto,
senhora, vivo a cismar:
—Como foi que pôde tanto
uma promessa de olhar?

 

 

       O ÚLTIMO DIÁLOGO

Entre Simias e Cebes de Megara,
e mais alguns discípulos sedentos
da beleza dos grandes pensamentos,
O discurso de Sócrates findara.

Na alocução dos últimos momentos
a palavra dos Mestre conquistara,
desenvolvendo uma eloquência rara,
a assembleia dos efebos atentos.

Agora, o passo calmo, o olhar sereno,
após sorvida a taça de veneno,
contempla o mundo que a tristeza invade.

Mas dentro dele a dúvida é mais forte:
—“Provei-lhes a outra vida após a morte...
e quem me prova a mim que isso é verdade?”

 

 

*

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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